No último final de semana fomos eu, Marido e Tereza para Nova Friburgo fazer parte do Projeto Cidadania Móvel, do CESORJ. O CESORJ é um grupo interdisciplinar formado por gente de boa vontade, cuja sigla quer dizer: "Convergindo esforços, Superando obstáculos". Acho que já deu pra sentir a boa energia do grupo e não preciso explicar muito mais, né? Quem quiser mais informações sobre o grupo e como participar, só acessar o site
www.cesorj.com.br, o
twitter (@cesorj) e/ou o
facebook! ;-)
Me perguntaram se foi tudo bem lá. Bem, não dá pra dizer que foi ótimo, afinal, é muito triste ver a terra arrasada, casas destruídas e a situação de caos total, mesmo depois de meio ano. Sim, apesar de ter passado seis meses, a coisa ainda está feia e pouco foi feito, pelo menos na área rural. Não quero discursar sobre o que poderia ter sido feito e o que se está fazendo, a mídia está se encarregando disso. Mas para quem quer saber como foi, vou contar a minha experiência.
A região que o nosso grupo era responsável foi uma das áreas mais atingidas e, por isso, não tivemos muitas famílias para cadastrar: muitas delas foram morar em outros lugares, pois a casa já não tem condições de moradia. E, por isso também, o cenário é de destruição, coisa de filme de ficção. Estradas super-improvisadas, rios novos correndo onde antes eram casas e/ou estradas, casas (ou restos delas) no meio de lagos de água-com-terra.
(video de Cristiano Pavoski)
E, apesar disso, as pessoas nos receberam com um sorriso, oferecendo suco e biscoitos, na casa com piso de terra batida e com acesso por um pedaço de madeira sobre um rio novo. Agradeceram por estarmos lá, perguntando como eles estão e ouvindo o que eles têm a dizer.
Foi beeem cansativo, principalmente porque não tenho mais dezoito anos... O espírito é jovem e bem disposto, mas a carcaça já nem tanto... O pessoal continuou o trabalho no domingo, nós voltamos com alguns jipeiros no sábado. A Tereza se comportou bem, carregou muitos cobertores e mudou um pouco a sua roupagem: está marrom-terra! E nós voltamos com um convite para comer geléia de morangos caseira, assim que a plantação der frutos. :-)
Quando falei para a minha mãe que fomos a Nova Friburgo, ela me disse:
-Harumi-chan (lê-se tián e é como os japoneses chamam suas crianças, de forma carinhosa), fico feliz que vocês fizeram parte disso. Sei que deve ter sido cansativo e triste, mas você deve pensar que é uma bênção ter este tipo de oportunidade. Não é só fazer algo pelos outros, mas a gente aprende muito com tudo isso!
O trabalho foi pesado, mas sentir que fazemos parte de algo maior é compensador e aquece o coração.
Seu Juarez (meu entrevistado), sinceramente, nós é que agradecemos!!
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GANBARÊ é japonês e não tem tradução direta, mas é algo como "vamos lá, amiguinhooooo!!!" "não desista, fooorça!!!"