quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Aaa-ha-ha-ha

Esta semana eu fui a dois eventos sobre teatro japonês tradicional. Coincidentemente, duas companhias ligadas ao teatro Kyôgen estavam no Rio e lotaram a agenda dos cariocas amantes da cultura japa. :-)
O Kyôgen é um estilo de teatro cujo início data de 600 a 700 anos atrás, falado em linguagem rebuscada e que procura retratar o cotidiano das pessoas. Em algumas fontes, é considerado um estilo cômico, mas, o que aprendi nesta semana, é que não se trata de comédia, e sim de representar o ser humano e sua vida, com seus pontos positivos e negativos. O riso é consequência da identificação da plateia com as situações e com as características salientadas pelos personagens. Mas não quero falar sobre o que é Kyôgen, quem quiser saber mais pode dar um Google nisso, que achará textos mais interessantes e esclarecedores.
Nos dois eventos da semana, houve demonstrações da técnica da representação do riso neste estilo de teatro. Como é um estilo bem regrado, há toda uma definição da movimentação disso. Os fonemas usados são A e HA (leia-se rá), desta forma: AAA-HA-HA-HA. Ao se falar o AAA, o personagem deve se encolher, como se segurasse uma bexiga e a prensasse na barriga. É como se se quisesse guardar a alegria e a felicidade só para si. Em seguida, solta-se o HA elevando o corpo gradativamente, pois a alegria é tanta, que não é possível contê-la e assim, ela vai sendo irradiada do corpo do personagem para o ambiente. E é este o conceito da risada deste teatro rebuscado, cheio de regras e extremamente difícil de se representar: o riso vem de dentro e irradia para o universo, contagiando quem estiver no caminho. 
Fazer a movimentação correta da risada Kyôgen é muito difícil, mas rir gostoso, de dentro para fora, acho que qualquer um consegue fazer, não? E uma coisa eu sei: o riso (e mesmo um sorriso, que é o riso pequeno) contagia e faz as melhores energias circularem pelo universo. Então, fica o convite: você já deu a sua risada hoje?
:-D

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Quando o universo conspira...

Todo mundo tem seus dias de mimimi, aqueles momentos em que cansa ser forte e a gente dá uma de choramingar e querer ganhar colo. Normal, né? Toda pessoa 'humana' passa por  isso e é até saudável, acho. Faz com que a gente chore um pouco, se lamurie um pouco, desabafe, levante a cabeça, sacuda a poeira e dê a volta por cima, não é assim que funciona?
Mas o que fazer com aquelas pessoas que são assim o tempo todo? Ah, não tenho muita paciência, não... E acabo falando demais, me irritando um pouco. E depois fico com isso na minha cabeça, martelando que não devia ter dito isso ou aquilo. Afinal, a vida não é minha, não sou eu aquela pessoa derrotista e vitimizada (esta palavra existe? rs), que enxerga tudo como uma conspiração maligna do universo. Eu juro que tento ficar com a boca fechada, mas sempre entra mosca... 
Eu acredito que o universo conspire, sim, em torno da gente. E cabe a nós fazer a nossa parte. Eu, particularmente, prefiro fazer a minha parte para o meu favor e não ajudar este tal universo a me afundar. Aliás, já sou pequena, se eu começar a  me afundar, o que sobrará do meu metro-e-meio?
Adesivo (velhinho, que adoro) que fica no armário em cima da minha bancada, da Ana Castilhos.
Mas ainda fico triste com as pessoas com quem me relaciono e que não percebem que não é o destino que define a nossa vida, mas a gente é que define as ondas que se propagam no nosso destino. Ainda estou aprendendo a me controlar, a perceber que o mimimi dos outros não me pertence e a deixar meu ouvido mais seletivo. Quem sabe assim, conseguirei fechar um pouco a matraca e ficar mais leve.  Acho que é por isso que certas pessoas aparecem na vida de outras pessoas: para ensinar algo. Então, obrigada, Mariazinha, por me fazer refletir em tudo isso!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

almofadinha de aliança

Eu já falei que sou madrinha de uns amigos queridos que se casaram em dezembro. Já falei de alguns compromissos casamentícios aos quais comparecemos, da minha produção para a festa (apesar de ainda não ter uma foto, que a cabeça-de-melão aqui esqueceu de tirar...). Também já falei, mas vou repetir aqui, que é uma honra muito feliz apadrinhar esta união e acompanhar a evolução desta relação. (^_^)
Mas acontece que ser madrinha não é só posar lindamente nas fotos ao lado do altar (olha a modéstia...hahaha). É também acompanhar os preparativos e dar a mão para a noiva, quando ela estiver quase surtando com os preparativos, não é? (Devo registrar aqui que a noiva-esposa em questão até que se comportou bem, assim como o noivo-maridôncio, sem grandes escândalos, nem surtos psicóticos. Ou, pelo menos, nada que valesse sair na página policial dos jornais...brincadeirinha...) E daí, que, um pouco antes do grande evento, me foi dada a incumbência de fazer a almofadinha das alianças. Afinal, pra que ter uma madrinha-crafter se não for para utilizar as habilidades dela? *Ü*
Na correria, a cabeça-de-melão (de novo!) não tirou foto antes. Ainda bem que recebi as fotos da almofadinha e agora posso mostrar para vocês! :-)
Já sem as alianças, no altar.
(foto de Aline Machado, 2010)
Eu usei linho branco (queria um cru, mas só achei bege escuro...) e fitas de gorgurão* e de cetim. O pajem estava de calça azul escuro e camisa bege com listras azul claro, por isso a escolha destas cores. Costurei um quadradinho comum com o linho e enchi com plumante, mas achei que estava muito 'fofo-explodido' e resolvi dar uns pontinhos para afundar o centro e acomodar melhor as alianças. Envolvi com a fita de gorgurão azul escuro, dando pontinhos nas laterais e no meio para segurar, e passei a fita de cetim mais estreita por cima. Fiz a fita com o gorgurão azul escuro e prendi com pontinhos à mão. Passei a fita de cetim por baixo do laço e dei pontinhos, deixando-a solta, aguardando as alianças. Para dar o acabamento, queimei as pontinhas das fitas com isqueiro para não desfiar. Como o pajem estava estreando nesta função, achamos melhor costurar um pedaço de elástico bege na parte de baixo, para que ele pudesse prender na mão e ficar à vontade, sem o risco das alianças sairem rolando pelo altar. Isto se mostrou muito prático, pois o menino estava extremamente nervoso na hora (foi tão fofo!). Aqui, um close da almofada, tirada pela noiva-esposa (ela não é cabeça-de-melão!).
(foto de Isabella Mortati, 2010)
A D O R E I  participar desta maneira do evento!!!
E viva os noivos! \*Ü*/

*Foi a primeira vez que trabalhei com fita de gorgurão e adorei!Além da textura que a deixa elegante, ela não escorrega e é bem fácil de trabalhar. O resultado fica bonito e se mantém, mesmo com muito manuseio.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A alface no meu casamento

Nos primeiros dias de vida aqui no Rio, a base da nossa alimentação era salada. O fogão demorou um pouco para chegar e, como aqui é quente e eu adoro salada, era isso que comíamos na maioria das refeições. É verdade que mesmo depois de termos microondas e fogão, continuei fazendo as saladas, geralmente com muitas folhas, principalmente alface. Um dia, marido disse que não gostava muito de saladas cruas e passei a colocar vagens, batata baroa e outros legumes cozidos no mix de alface. Pensei ser mais uma daquelas adaptações que a gente faz quando divide a vida com alguém. Ok, se ele prefere coisas cozidas na salada, tudo bem.
Eu e a salada com alface, em 2007
Mais ou menos depois de seis meses morando juntos, e muita salada com alface depois, marido, muito sem jeito, diz:
- Você gosta bastante de alface, né?
- Ah, eu gosto, sim. E é baratinho no mercado.
- Pois é... Na verdade, eu não gosto de alface. 
- (...)
- Sei que você gosta e por isso não reclamei, mas a gente não pode alternar com outra coisa? Eu preciso dizer que não aguento mais comer alface todo dia...
E, desde então e pro bem do meu casamento, eu só compro alface bem de vez em quando. (^_^)
*****
Aproveito para deixar aqui uma receitinha de molho de salada bem prático e diferente. Eu vi uma vez no programa da Nigella (amo!) e, portanto, não preciso dizer mais nada, né?
Molho de Wasabi (um tipo de raiz forte japonesa)
Misture num pote com tampa (eu uso estes de geleias): sal, azeite, suco de limão ou vinagre e wasabi. A quantidade é você que determina, de acordo com seu gosto. Feche a tampa e chacoalhe até o wasabi dissolver e os ingredientres se misturarem. Fica um molho verdinho, picante. Ideal para qualquer tipo de salada, não só as de folhas.
* Uma vez eu usei aceto balsâmico no lugar do limão. Apesar do sabor ter ficado ótimo, a aparência não ficou tanto, pela cor do aceto.

**Atualização em 15/02/2011: a foto do molho de wasabi 
o potinho onde foi feito o molho, o tubo de wasabi e a alface.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Piquenique no Jardim Botânico

Há algum tempo, uma amiga comentou que adorava cestas de piquenique e que, se os preços fossem mais acessíveis, já teria comprado uma. Falou também que gostaria muito de fazer um piquenique, qualquer dia desses. Desde então, toda vez que eu vejo uma cesta de vime e/ou algo referente a este assunto penso nela. E, claro, toda vez que nos encontramos nos perguntamos: 
- E aí, quando sai o nosso piquenique?
Eis que, finalmente, na semana passada, em um sábado de sol, fomos ao Jardim Botânico do Rio e estendemos a toalha xadrez (na verdade uma canga) à sombra de uma árvore e pudemos realizar a vontade de ter um piquenique para chamar de nosso! (^_^)
Como a área de piquenique estava cheia, acabamos sentando no chão mesmo, na parte de trás da fonte, atrapalhando as fotos do povo, hehehe. 
a nossa vista da fonte :-)
Cada um levou uma gostosura e enchemos as cangas (sim, mais de uma, de tanta coisa!) e, claro, as nossas panças famintas. Olhem só quanta coisa!
E olha a nossa cara de feliz com esta comilança:
eu, maridôncio e um sanduíche pela metade
(foto de Carolina Secches, 2011)
Eu sendo a japa na turma, com experiência em bentôs (a marmita japa) e piqueniques (alguns um pouco fakes, mas sempre divertidos - falei disso aqui), levei o oniguiri, uma iguaria da culinária caseira nipônica, que mereceu um close:
Para este nosso grande evento, eu os fiz com arroz "unidos venceremos", aquele típico japonês, misturado a um temperinho próprio para oniguiri, no sabor legumes e gergelim.
Como o parque fecha cedo (e o nosso piquenique foi no meio da tarde), muita gente começou a ir embora e pudemos nos transferir para uma mesa. E o nosso evento ficou um pouco mais arrumado, com direito a varal de bolsas e tudo:

E continuamos a nos empanturrar até a hora que o guardinha apitou e começou a avisar que era hora de ir embora. \*Ü*/
E assim, desencantamos o nosso primeiro piquenique!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Biscoitinhos

Eu andava com vontade de fazer biscoitos, mas com preguiça de ter que modelá-los e limpar a sujeira depois. E então, achei uma receitinha fácil de fazer em um revista Cláudia antiga perdida nas minhas coisas e resolvi testar. Não deu certo na primeira vez que fiz. Mas não me dei por vencida. Adaptei do meu jeito e fiz de novo. Desta vez, deu certo e aqui vai a receita adaptada dos biscoitos de gengibre (mas que podem ser de outra coisa qualquer).

as branquinhas são as de gengibre e as 'moreninhas' são as de cacau

Biscoitinhos fáceis
1 xícara de farinha de trigo
2/3 xícara de açúcar
1/3 xícara de água
1/3 xícara (ou 4 colheres de sopa) de manteiga amolecida
2 colheres de chá de gengibre em pó OU [2 colheres de chá de cacau em pó + 3 colheres de sopa de castanha de caju triturada]

Preaqueça o forno.
Misture bem todos os ingredientes. Fica uma massa bem mole, não dá pra modelar. Coloque às colheradas em forma untada. Não deixe muito alto e nem grude uma na outra (elas se espalham um pouco). Eu coloquei meia colher de sopa de massa e dei uma achatadinha com uma colher de café.
Asse em forno baixo por 15 minutos ou até ficar levemente coradas.

* acredito que dê para trocar o gengibre por qualquer outra coisa, desde que sem exageros. É um biscoito simples, tanto para fazer quanto no sabor. Já tive ideias de colocar frutas secas, granulado, coco, aveia... ;-p

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

seu Dotô e dona Patroa

Tentei pensar num texto com palavras escolhidas para contar este episódio, mas não consegui. Vou contá-lo do jeito que foi.

Casal em uma praia nordestina, num dia lindo de sol, de férias. Marido chama o moço da barraca e pede uma cerveja.
- Claro, Dotô!
A mulher, se rindo toda, tira uma casquinha:
- Você é sempre dotô, né, no Rio e aqui também! Tá se sentindo importante e chique, não?
O homem ri junto e abre um sorriso.
Quando o moço volta com a cervejinha, a mulher pede uma água de coco.
- Saindo um coco pra patroa!!! - grita o moço pra praia (e o nordeste todo) ouvir.

É... marido é dotô e mulher é patroa...